Verdadeiro substituto da antiga Tornado, modelo é acertado para a terra.Mas, com preço alto, Honda estuda viabilidade para continuar vendas.
Quando a XR 250 Tornado foi aposentada pela Honda, em 2009, os fãs da moto ficaram em certa medida órfãos, já que a sua sucessora na época foi a XRE 300, uma moto mais confortável e menos “trilheira” que a Tornado.
Para atingir novamente este público que deseja uma moto tão boa no asfalto como na terra, a Honda trouxe ao Brasil, em 2013, a nova CRF 250L, com versão única, por R$ 18.221. O G1rodou com o modelo por 1.000 km em cidade, asfalto e terra.
Com preço alto, por ser importada, a moto acabou não se tornando em sucesso de vendas. O resultado é que a Honda estuda se é viável manter o modelo à venda no Brasil e, por ora, não tem planos de trazer um novo lote. Além da alta do dólar, a CRF 250L foi atingida pelo aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para motos importadas, determinado em 2012.
Assim, ela poderá até sair de linha no país, logo que as últimas unidades sejam vendidas.
'Irmã' da CBR 250R
Este modelo global da Honda, produzido na Tailândia, foi confirmado pela marca para o Brasil durante o Salão de Tóquio 2011, quando foi revelado mundialmente. Utilizando como base a mesma estrutura da pequena esportiva CBR 250R, também produzida no país asiático, a empresa enfim criou a verdadeira sucessora da Tornado.
Este modelo global da Honda, produzido na Tailândia, foi confirmado pela marca para o Brasil durante o Salão de Tóquio 2011, quando foi revelado mundialmente. Utilizando como base a mesma estrutura da pequena esportiva CBR 250R, também produzida no país asiático, a empresa enfim criou a verdadeira sucessora da Tornado.
No entanto, mantém a XRE 300 em linha, para aqueles que buscam uma moto de uso misto, mas com mais conforto. Na CRF 250L, a "pegada" é outra: seu conceito segue os mesmos caminhos da Tornado, porém, é um modelo totalmente novo e traz os benefícios da tecnologia, como injeção eletrônica e refrigeração líquida no motor.
Sem concorrentes com características muito similares, a moto que se aproxima mais da CRF é a Yamaha XTZ 250 Lander. Outro modelo que pode sofrer investidas da 250L é a Ténéré 250, que possui mesma base da Lander, mas com visual e atributos mais estradeiros. Dentro da própria Honda, é possível haver canibalização com a XRE 300 e até mesmo a Falcon 400i.
Sem concorrentes com características muito similares, a moto que se aproxima mais da CRF é a Yamaha XTZ 250 Lander. Outro modelo que pode sofrer investidas da 250L é a Ténéré 250, que possui mesma base da Lander, mas com visual e atributos mais estradeiros. Dentro da própria Honda, é possível haver canibalização com a XRE 300 e até mesmo a Falcon 400i.
Na prática, nenhuma delas oferece o que a CRF 250L pode fazer na terra. Mas, para comprá-la, o consumidor terá de desembolsar alguns milhares de reais a mais. Já que, ao contrário das rivais, a 250L é importada, enquanto as outras são produzidas em Manaus.
Impressões
A avaliação da moto consistiu em deslocamentos diários na cidade, além de mais de 500 km em estradas. Ao primeiro contato, as lembranças de um verdadeiro modelo de motocross ficaram latentes, tanto no visual, como na ergonomia. No entanto, ao acelerar, este preconceito vai embora, pois a entrega de força é linear e silenciosa.
A avaliação da moto consistiu em deslocamentos diários na cidade, além de mais de 500 km em estradas. Ao primeiro contato, as lembranças de um verdadeiro modelo de motocross ficaram latentes, tanto no visual, como na ergonomia. No entanto, ao acelerar, este preconceito vai embora, pois a entrega de força é linear e silenciosa.
CRF 250L vai bem na terra (Foto: Flavio Moraes / G1)
Braços e pernas ficam acomodados de maneira relaxada e o guidão largo ajuda a manter uma postura saudável. Mas, depois de um tempo, principalmente na estrada, o banco traz um certo desconforto. Em contrapartida, seu formato, mais fino, é extremamente apropriado para rodar na terra, dando mais liberdade para os movimentos das pernas.
Apesar de não poder ser considerada uma "estradeira", a 250L tem força suficiente para manter velocidade constante de 120 km/h nas rodovias, apesar de não chegar a esta marca com grande vigor. O projeto moderno de motorização é composto por um monocilíndrico de 249,6 cilindradas; a mesma base do da pequena CBR 250R.
Em virtude de seu uso diferenciado em relação à CBR, que não encara a terra, na CRF o motor perdeu potência, passando de 26,4 cavalos para 23,1 cavalos. A Honda preferiu dar ênfase a uma entrega mais linear e rápida do torque, o que foi uma escolha acertada. Com injeção eletrônica e refrigeração líquida, este último atributo não presente em concorrentes, a 250L é dócil.
Mesmo assim, como é típico dos monocilíndricos, as vibrações aumentam à medida em que os giros do motor crescem. No geral, a moto se sai muito bem na cidade e na terra, perdendo desempenho na estrada.
Pneus não agradam no asfalto
Durante a avaliação ficou nítido que os pneus de cravo são excelente para o off-road, mas fazem a moto perder muito no asfalto. Para começar, esta configuração não garante muita precisão nas curvas nesse piso, já que tende a fazer a moto “deitar” de uma vez e ainda limita seu ângulo de inclinação.
Em virtude de seu uso diferenciado em relação à CBR, que não encara a terra, na CRF o motor perdeu potência, passando de 26,4 cavalos para 23,1 cavalos. A Honda preferiu dar ênfase a uma entrega mais linear e rápida do torque, o que foi uma escolha acertada. Com injeção eletrônica e refrigeração líquida, este último atributo não presente em concorrentes, a 250L é dócil.
Mesmo assim, como é típico dos monocilíndricos, as vibrações aumentam à medida em que os giros do motor crescem. No geral, a moto se sai muito bem na cidade e na terra, perdendo desempenho na estrada.
Pneus não agradam no asfalto
Durante a avaliação ficou nítido que os pneus de cravo são excelente para o off-road, mas fazem a moto perder muito no asfalto. Para começar, esta configuração não garante muita precisão nas curvas nesse piso, já que tende a fazer a moto “deitar” de uma vez e ainda limita seu ângulo de inclinação.
Motor não é exuberante, mas cumpre objetivo da moto (Foto: Flavio Moraes / G1)
Além disso, o contato dos cravos com o pavimento faz um som característico, que pode ser incômodo com o passar do tempo. Entretanto, o pior sintoma está na frenagem que, no asfalto, é prejudicada pelo menor contato com o solo do que o de um pneu normal. Isto faz a roda traseira travar com facilidade, exigindo mais cuidado do motociclista.
Nesse tipo de situação, o sistema de freios ABS, não presente na CRF 250L, faz falta. Apesar disso, os freios são bons, contando com disco simples na dianteira e na traseira.
Honda CRF 250L na Pedra Grande, em Atibaia (Foto: Rafael Miotto/G1)
Subindo a Pedra Grande
Os malefícios trazidos pelos pneus em pisos artificiais são substituídos por elogios para o desempenho na terra. Em todos fatores, desde aderência, frenagem e tração, os pneus com cravos são superiores aos tradicionais nesse tipo de terreno.
Os malefícios trazidos pelos pneus em pisos artificiais são substituídos por elogios para o desempenho na terra. Em todos fatores, desde aderência, frenagem e tração, os pneus com cravos são superiores aos tradicionais nesse tipo de terreno.
O ponto alto da avaliação da moto foi uma viagem de São Paulo até Atibaia, no interior paulista, que culminou na subida da Pedra Grande. Conhecido ponto turístico da cidade, a formação rochosa tem 650 metros de altura da base ao topo e 1.450 metros acima do nível do mar.
Para chegar ao cume, que tem superfície de cerca 200.000 m², é preciso rodar por uma estradinha de terra. O terreno pode assustar os que vão de automóvel ou mesmo com motos feitas para rodar apenas no asfalto, mas fazê-lo com a CRF é pura diversão. Com solo irregular e subidas íngremes, foi possível notar todos os benefícios dos pneus de cravo, valendo-se de sua melhor aderência.
Suspensões e ergonomia do modelo também favoreceram, tornando mesmo os obstáculos mais complicados simples de superar. Os amortecedores seguram bem os impactos, que não chegam ao condutor. A suspensão dianteira é do tipo invertida, que tem melhor absorção das irregularidades. Como esperado, o moto não esbanja potência, mas o torque garante tranquilidade para superar as depressões.
A conclusão de rodar com a CRF 250L é que será uma pena ela sair de linha no mercado brasileiro. Seu conjunto oferece o que nenhuma outra moto tem na atualidade, mas o preço acaba por torná-la não competitiva.
A conclusão de rodar com a CRF 250L é que será uma pena ela sair de linha no mercado brasileiro. Seu conjunto oferece o que nenhuma outra moto tem na atualidade, mas o preço acaba por torná-la não competitiva.
Painel é simples, mas tem boa visualização (Foto: Divulgação)